CÃES DE GUARDA UMA FERRAMENTA IMPRESCINDÍVEL PARA OS SISTEMAS DE SEGURANÇA.
- ANTONIO T M ANDRADE

- 1 de mai. de 2013
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Desde os primórdios da história da humanidade, nenhum outro animal se aproximou tanto do homem quanto o cão. Parece até que foi geneticamente criado, pela natureza, para desempenhar este papel de companheiro inquestionável.
Ao longo dos milênios este companheiro de todas as horas foi modificado, através de cruzamentos de raças para as mais diversas funções, sendo que a que mais se coaduna com sua origem animal é a de guarda daquilo que nos é caro e importante.Milhares de raças foram desenvolvidas, muito se mexeu em seu temperamento, forma e tamanho, mas uma coisa permaneceu em todas elas, uma característica imutável neste animal: a fidelidade.
Sem dúvida é o melhor amigo do homem em qualquer situação, principalmente em situações de emergências e perigo onde a vida do profissional de segurança esteja ameaçada.
Podemos dizer que um cão tem “a cara” de seu dono ou de seu treinador, daí ocorrerem algumas distorções de seus temperamentos, quando são incitados à violência, por pessoas inescrupulosas e marginais que ao usam para propósitos criminosos, inclusive para assaltar outras pessoas, como foi ocaso da raça Pit Bull, utilizada por marginais da cidade de Detroit, nos EUA, na década de 70. O American Pit Bull Terrier foi uma raça desenvolvida no começo do século XIX na Europa pelos ingleses. O primeiro Pit Bull surgiu do cruzamento do antigo Bulldog Inglês com o já extinto Terrier Inglês, com muita agilidade e força física. Selecionado por sua força e combate, o Pit Bull foi levado para a região Oeste dos Estados Unidos, onde começou a ser desenvolvida a raça com o formato atual.
A partir daí eles passaram a ser usados em esportes sangrentos, inicialmente lutas com ursos ou touros e depois lutas somente entre cães.Mas mesmo esta raça fabricada do cruzamento de cães de força e agilidade e para os fins acima descritos, pode conviver em harmonia, até com crianças e seu treinamento e tratamento diário, receber doses de carinho e convívio harmonioso e pacífico.
RAÇAS MAIS UTILIZADAS
Quando falamos em cães para serviços de rotina de vigilância e guarda, vêm à nossa mente duas raças bastante conhecidas de todos: O Pastor Alemão e o Rottweiller. São disparados os cãesmais utilizados para esta função. Inteligência, temperamento força e robustez são características marcantes e que os tornam imbatíveis na função de guarda, sejam acompanhados de um condutor ou em trabalhos isolados.
Atualmente, uma raça de origem belga, oPastor Malinois, vem se destacandopela seu uso nas polícias alemã e americana, destaca-se pela sua inteligência, muito superior ás outras raças, além da agilidade e da força de suas mandíbulas. A pelagem curta se adapta perfeitamente ao clima brasileiro e o equilíbrio genético lhe dá uma saúde invejável. Ainda é uma raça pouco conhecida, mas, seguramente, encontrará espaço de destaque, na área dos cães de guarda, em muito pouco tempo.
Mas independentemente da raça, o fator principal e sucesso numa empreitada para implantar um serviço de segurança com cães de guarda, ainda é a forma pela qual o plantel é treinado e tratado, levando-se em conta, principalmente, a estrutura do canil que servirá de base para formatação do sistema homem animal.
Quando falamos em sistema homem animal, devemos lembrar de que, na maioria das vezes os cães serão conduzidos por componentes da equipe de seguranças e que estes deverão ter treinamento especializado para usar esta ferramenta tão preciosa.Costumo dizer que a ação levada a cabo pelo cão de guarda é sempre uma reação controlada e previsível, muito mais eficaz do que a utilização de uma arma de fogo.O cão de guarda se reveste, principalmente, de um caráter preventivo, pois causa mais medo a um agressor do que uma arma de fogo, dissuadindo-o de levar ao cabo uma tentativa de incursão. Ao mesmo tempo, quando acionado, reage de forma eficaz e controlada, não temendo a ameaça do agressor e imobilizando-o sem causar grandes ferimentos, quando está sob comando de um elemento humano, capacitado e treinado para a função.
FORMA DE UTILIZAÇÃO DO SISTEMA HOMEM x CÃO
Uma dupla invencível
Cães de guarda podem ser utilizados de forma isolada, soltos em uma área, treinados para alarmar e atacar intrusos ou acompanhados de um condutor que irá direcionar a ação do cão durante a rotina de uma ronda ou numa ação de emergência.
Sempre alerta, é a sua arma principal.
No primeiro caso, é importante termos um bom cercamento perimetral, bem sinalizado com relação à existência dos animais e cães bem treinados com relação ao comportamento e agressividade. Os cães devem ser treinados para só aceitarem alimento da pessoa que os trata e em horários programados. Não devem passar nas mãos de muitas pessoas a tratá-los, devem ser de temperamento solitário, mesmo trabalhando com uma equipe de outros cães. Devem ser utilizados em sites desabitados.
Conduzidos por um elemento treinado, devem ser uma ferramenta preventiva em rondas perimetrais de condomínios e instalações industriais. Um sistema Homem x Cão é muito mais eficiente do que duplas de vigilantes, pelas características incorruptíveis e pelos sentidos aguçados dos animais. Um cão sente a presença de estranhos a centenas de metros de distância, mesmo em ambientes escuros, já um homem, mesmo bem treinado, só conseguirá sentir tal ameaça, quando esta já estiver muito próxima, não havendo condições para fazer frente á mesma.
Nesta situação, a qualidade dos animais é um item que não pode ser discutível, pois os cães devem ser de primeira linha, para que o serviço seja levado a bom termo e não ocorram acidentes no emprego dos mesmos. LEGISLAÇÃO PERTINENTE PARA O EMPREGO DE CÃES DE GUARDA A Portaria nº 992 de 25 de outubro de 1.995, em seus artigos 19, 20, 21, 22 e 23, regula, de forma precisa, a atuação do cão de guarda como coadjuvante dos serviços de vigilância: “Art. 19 – As empresas de segurança privada poderão utilizar cães em seus serviços. Art. 20 – Os cães a que se refere o artigo anterior deverão: I - Ser adestrados adequadamente por profissionais comprovadamente habilitados em curso de cinofilia; II - Ser de propriedade da empresa de segurança privada ou de canil de organização militar, de “Kanel Club” ou particular. Parágrafo Único – O adestramento a que se refere o inciso I deste artigo deverá seguir procedimento básico e técnico - policial – militar, semelhante ao adotado pela Polícia Militar. Art. 21 – O vigilante, acompanhado de cão adestrado, deverá estar habilitado para a condução do animal. Parágrafo Único - A habilitação a que se refere este artigo deverá ser obtida em treinamento prático, em órgão militar ou policial, “Kenel Club” ou curso de vigilantes, recebendo, pelo treinamento declaração do órgão ou treinador credenciado. Art. 22 – O cão, quando em serviço, deverá utilizar peitoral de pano sobre o seu dorso, contendo logotipo e nome da empresa. Art. 23 - O serviço de vigilância com cão adestrado não poderá ser exercido no interior de edifício ou estabelecimento financeiro, salvo fora do horário de atendimento ao público.”






























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